Teutônia, Um dia na vida de uma Bündchen

Posted by Cronicas de Bebado on 09:48 in , , , , , ,

Estava realmente chateada. Há 3 anos que não pegava ninguém, ninguém me cantava e quando eu fazia Topless na praia pessoas vomitavam, outras viravam o rosto com cara de asco e gritavam que iriam chamar a policia. Meu nome é Teutônia Bündchen e essa é a minha história não autorizada.
Tudo começou em uma tarde de terça-feira chuvosa. Me olhava no espelho e me sentia uma trombada de frente em alta velocidade entre um ônibus escolar e um caminhão de acido radioativo. Tentava me controlar, não é fácil nos meus 17 aninhos ter 2,23 metros e pesar 28,5 kg. Sempre ia a escola e o pessoal me chamava de caniço Somaliano. Vários meninos e meninas me batiam, incluindo a minha professora e o Diretor da escola. Não é fácil ser adolescente nos dias atuais.
Eu era a sensação do time de vôlei local. Sempre era escalada para segurar a rede, pois faltava uma das varas que usavam para amarrar a cordinha. Mas sempre que o jogo era masculino, incrivelmente, todos os saques eram dados no meu rosto. Chorava copiosamente todos os dias. Me masturbava pensando no Gianecchini, e todos os homens bonitos que a TV nos impõe. Quando arrumaria um macho desses? Já estava feliz se arrumasse uma amiga que me compreendesse e me aceitasse do jeito que eu era, não me importaria em andar de joelhos para tê-la ao meu lado.
Mamãe começou a se preocupar por que eu não menstruava. Dizia ela que tinham colocado anabolizante para cavalo na minha mamadeirinha de 5 litros.
Sempre conversava com minha mãe, mas ela era muito ocupada, estava sempre na academia. Ela estava treinando para o campeonato mundial de fisiculturismo. Mamãe sempre se dedicou demais ao esporte, tanto que fui criada mamando no peito dela enquanto ela fazia um supino inclinado com anilhas de 250 kilos cada lado. Ela era minha heroína depois de uma temporada com Schwarzenegger. Mas, assim como minha prima, eu queria seguir a carreira de TopModel internacional. Ganhar muito dinheiro com isso, ficar famosa e namorar o Leonardo di Caprio. Sabia que um dia meu sonho se concretizaria, pois sempre ouvi que nossas palavras se tornam realidade. Mas quando ia a um recrutamento de modelos, inexplicavelmente, os jurados sempre vomitavam no chão, principalmente quando fazia o desfile de biquíni.
Estava desesperada, até que um Guru Indo-Luso-Somaliano, que morava em baixo da marquise de uma Sorveteria perto de minha casa, quando me viu passando pela rua, me chamou de “gostosa”. Aquilo foi um sinal dos deuses. Havia encontrado o homem de minha vida. O príncipe sem cavalo, com barba por fazer e cheirando a urina, que iria mudar minha vida. Me aproximei dele, tocando em seu cabelo seboso e ajudei-o a se levantar, pois na ocasião estava completamente embriagado. Ele tinha menos de 1,5 metros, e um bafo de raposa morta em beira de estrada. Aquilo me deixou excitada/encantada, arrepiando até os cabelos do meu peito. Estava no paraíso, tinha certeza disso.
Olhei dentro do grão dos olhos dele e convidei-o a morar comigo. Depois de eu confirmar que tinha muita comida sobrando em casa e jurar que eu não o usaria como empregada doméstica, levei-o para minha humilde residência.
Dei banho, aparei o cabelo e a barba, comprei roupas novas, modernas e cremes para mãos, pés e corpo, e um perfume da Avon, pois o dinheiro ficou curto.
Era um novo homem, lindo de morrer, de causar inveja a Vera Fisher ou a Sônia Braga. Desfilei com meu macho na escola. Todos me olhavam agora com outros olhos. Meu príncipe parecia um misto de Márcio Garcia com o Fábio Assunção e Brad Pitt do cangaço.
Arrumei-o um empreguinho de Juiz, afinal, ele era advogado formado em Harvard com MBA em Princeton, na área de Direito Internacional. Em menos de um mês nos mudamos de minha casa de 4 cômodos para a mansão do bairro. Estava adorando minha nova vida. Era a rainha da Cidade. Agora ninguém mais me batia, menos o Diretor da Escola e minha professora, que insistiam em continuar me espancando no recreio.
Mas, no demais, tudo estava um sonho. Até que, num belo dia de sol, ao acordar, me deparei com 200 guardas armados no meu quintal. Olhei para o lado e vi pela janela, meu príncipe fugindo com a empregada marroquina no Helicóptero que comprou em meu nome, 64 prestações, sem entrada. Estava assustada, tentando me recompor, quando um oficial de justiça entrou porta adentro, com um mandato na mão, dizendo que havia recebido denuncia de que o Excelentíssimo Juiz meu marido estava mantendo um “marrecão do banhado” em cativeiro, sem o devido registro do IBAMA. Na questão, o suposto marrecão, era eu. Quem havia denunciado, era a empregada marroquina, que já tinha a 16 anos um caso com o Genovaldo, meu meretíssimo esposo. Não adiantou tentar argumentar com o oficial de justiça. Eles me deram 3 tiros com dardos de sedativos. Só ouvia os oficiais da policia ambiental dizerem que eu era um animal perigoso e estava muito mal tratado. Fiquei zonza e caí, estrebuchando e urrando.
Passei 7 dias em coma induzido sob os tratos do IBAMA. Os veterinários conversavam entre si, dizendo que eu tinha sido muito espancada pelo meu antigo dono, e sofrido abuso sexual, além de ele ter me deixado passar fome.
Hoje sou uma das principais atrações do Zoológico Garcia, onde eles me dão comida e eu faço meu truquezinho de me fingir de morta. Pelo menos não apanho mais dos colegas da escola, do diretor ou da professora, e ainda encontrei um macho que está tentando a 7 anos acasalar comigo, buscando a perpetuação dessa espécie tão bonita e ameaçada de extinção.



Na crônica de hoje, vimos o caso de Teotônia Bündchen, que apesar de parecer muito engraçada, é a triste realidade dos nossos animais brasileiros. Por isso, nunca maltrate nenhuma animal. Um dia você pode estar no lugar dele e ser o centro das atenções de algum Zoológico Garcia, além, de ter um grande macho tentando copular com você.

FIM





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