OSCAR ALHO – O homem com um monstro no meio das pernas.

Posted by Cronicas de Bebado on 23:49 in , , ,

Durante anos me escondi da sociedade. Nasci com uma deformação física, que para mim é uma desgraça: Meu Pênis é gigantesco e a “cabecinha” parece uma bola de basquete, além de estar sempre em riste.
Minha triste história se inicia no meu nascimento, no parto o médico muito preocupado quase cortou meu membro fora pensando que eu nasci com dois cordões umbilicais, mesmo assim, ele desbastou a ponta e fez a bainha. Sai da maternidade no colo de mamãe e minha rola, no colo de papai. Achavam que eram gêmeos siameses.
Virei à atração na maternidade. As enfermeiras, muito solicitas e com mãos lindas, davam 18 banhos em mim ainda brigavam por não poderem dar mais. Vivia enrugado. Acho que daí que veio minha pneumonia quando era bebe e meu trauma com banhos prolongados.
No meu aniversário de dois anos, vovô veio com uma grande surpresa: Ganhei uma linda motoquinha com sidecar. A motoquinha guiava eu, o sidecar era para refrescar meu canudo de carne. Beleza de infância, minha babá cuidava direitinho de mim. Era o bebe mais limpo da face da terra. Ela me banhava 18 vezes por dia e só não dava mais por que tinha medo que eu pegasse pneumonia de novo.
Cheguei aos cinco anos e ai começou meu suplicio. Na escolinha, quando todas as crianças chegavam, a professora fazia questão de agarrar sofregamente cada uma delas e soprar suas barrigas, fazendo festinha. Comigo foi diferente. Quando a infeliz me levantou acima de sua cabeça para fazer festinha, minha benga irriquieta escorregou de meu shortinho e acertou em cheio no meio da moleira da professora, deslizando por suas costas e entrando bunda adentro. Foram três dias que ela passou no hospital em coma. Depois disso, foi proibido a todas as professoras de pegar as crianças no colo, com medo de processo e como medida de contenção de despesas hospitalares.
Dias depois, enquanto brincava na caixinha de areia, sozinho como sempre, resolvi enterrar meu mastro causador de todos os males de minha vida. Pensava em me livrar daquilo. Mas, em minha eterna inocência, aquilo era só uma medida paliativa, pois um coleguinha, brincando de fazer castelinho, atochou sua pazinha na cabeça da minha piroca gorda. A criança se assustou pensando que era uma Jibóia. A direção da escola tirou nossa caixinha de areia por medida preventiva.
Aos dez anos, depois de estudar em casa, pois, tinha vergonha de sair à rua, meus pais decidiram que eu deveria procurar um psicólogo, só que acharam uma psicóloga. Nos doze meses de tratamento, três vezes por semana, sempre que eu queria falar de meu problema ela me olhava feio, me estapeava e me mandava calar a boca. Ficava apenas olhando para meu obelisco, como um gordinho que se enamora de um bolo de chocolate. Com vergonha de contar para meus pais, desisti da “terapia”.
Aos dezoito anos, resolvi procurar o médico do posto de saúde. Queria tirar a todo custo aquele imenso e cabeçudo problema de mim. No dia da consulta, o médico que ia me atender teve uma crise de hemorróidas e fui atendido por uma residente de 24 anos, corpo esguio, protuberante, seios fartos, pele alva, olhos verdes e uma marquinha de biquíni minúscula, que sugeriu uma “cirurgia por desgaste oral”, inclusive se prontificando a fazer ela mesma o “procedimento”. Fugi daquela louca e fui chorar minhas mágoas na igreja.
Chegando lá, fui conversar com o pároco local. Quando “mostrei” o tamanho do meu problema, o mesmo indicou que eu deveria me dedicar à igreja. Fui para o seminário. Lá com certeza ficaria em paz comigo mesmo. Ledo engano. Ao usar a batina dos seminaristas, sem nada por baixo, meu astronômico badalo, arrastava pelo chão. Nesse tempo, meu “mojolo” engrossou mais alguns centímetros, pois o mesmo, fricionando o cabeção sobre o solo, fez calo. Tive que abandonar o seminário quando os integrantes do mesmo resolveram tomar banho nus e brigaram querendo dar banho em mim. Fugi desesperadamente.
O tempo foi passando e eu não agüentava mais ouvir todo mundo me humilhando em publico. Eu passava pelas ruas e todos faziam questão de me ofender, gritando: “Pauzudão!”; “Fala Pau grosso!”; “Jumentão!”; “Anaconda!”, entre outros xingamentos que a cada recordação me fazem chorar.
Na faculdade não foi diferente, até os professores riam de mim, tirando alguns que tentavam me agarrar. Era conhecido na cidade, e todas as mulheres vinham conversar sobre o tamanho real da minha “varinha mágica de condão ereta” e tudo o que eu conseguia fazer com ela. Minha triste sina não acabava. Minha “tingüila” me transformou num objeto de desejo entre as mulheres e os gaúchos da região. Buscava um amor verdadeiro, mas só servia de um “imenso consolo” para as fêmeas no cio de minha cidade.
Por esse problema não resolvido, desenvolvi uma doença pouco conhecida chamada “Priapismo” ou “SPI – Síndrome da paudurencia indesejada”, ou seja, andava sempre com o “bambu” apontado para o horizonte de tão duro. Aquilo cutucava o olho de quem chegava perto, batia na bunda dos transeuntes, esbarrava na cabeça das criancinhas desavisadas, quebrava vidraça de apartamentos, tirava telhado de barraco de favela e esbarrava em todos os botões do elevador. Não podia me virar tranquilamente, pois o mesmo derrubava o que tivesse em volta. Fui proibido de pegar o ônibus, quando ia ao cinema tinha que pagar dois ingressos e ficar no fundão, para não atrapalhar a visão de ninguém com o meu imenso cabeção.
A coisa começou a ficar feia quando não conseguia mais andar dentro de minha própria casa sem quebrar tudo. Às vezes, ao me levantar da mesa do café, meu “mandiocão” duro esbarrava na xícara quente e esparramava pela mesa. Fazia uma lambança maior ainda quando me virava para tentar pegar a xícara no ar e esbarrava novamente no açucareiro. Um dia, fui a uma churrascaria rodízio e derrubei o garçom, a banda, o churrasqueiro, a churrasqueira, os espetos e as mesas que estavam em volta. Todos queriam ver a minha imensa “vara de pescar baleia”, naquela época surgiram muitas propostas para eu posar nu e fazer filmes adultos.
Contudo, minha vida não era completa, passava oras olhando meu “big bang” e tentando achar explicação para aquilo: “porque eu senhor? Porque? Porque me destes esta ‘imenso cutucador de gado’?”.
Um belo dia, quando pensava em desistir de tudo, fiz uma viagem que mudou meu destino. Me mandei para Itália onde fui acolhido em uma cidade muito charmosa chamada “Caraglio”, situada as margens das águas leitosas do “Rio Porra”. Lá conheci a mulher que salvou minha vida. Uma menina doce do interior chamada de “Vulvarella Bocceta”. Ela me aceitou do jeito que eu era, me assumindo perante a sociedade e me conseguiu um emprego na empresa de seu pai.
Hoje sou um homem feliz com minha “profunda” esposa sendo o “símbolo” da cidade. Sou um homem muito importante no meu trabalho, onde ganho a vida como uma bem sucedida cancela de estacionamento de shopping. Meu “trabucão” hoje é listrado por amarelo e preto.

Na crônica de hoje, vimos a imensa história de nosso amigo Oscar. Que apesar de parecer muito engraçada, é a triste história de alguém com uma séria deficiência física. Quando você se deparar com alguém com uma imensa “jeba” entre suas pernas, não o humilhe, ele também é um ser humano que merece respeito. Teeeeenso!


IMENSO E CABEÇUDO FIM...

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